terça-feira, 25 de novembro de 2014

 
CAMINHOS SEDUTORES
 
    Anos 70. Houve épocas em que fui vítima da febre dos anuários de arte que ficavam espalhados sobre as pranchetas das agências de publicidade. A "Síndrome do Pop". As discussões entre os ilustradores e diretores de arte era um arrebatamento total na direção de um mundo realmente fascinante para nós, candidatos a "gênios" da criação publicitária... Naqueles livros, que custavam verdadeiras fortunas, pois eram importados por nós, encontrávamos tudo que se pode chamar de razão de viver... Incrível, não? Era um caminho emocionante, cheio de fantasia e novidade. Aquela efervescência cultural obrigou-me até a trocar de faculdade, indo parar na Escola Nacional de Belas Artes.
    Entre os grandes ilustradores da época, um dos que mais impressionava o público era Brad Holland. Ainda hoje se diz "um filósofo no corpo de ilustrador, pois ilustra ideias e não ilumina palavras"... Aqui, presto uma homenagem a Brad, publicando alguns dos seus trabalhos.
 
 

 

 
 

 
 

 
 

 
 

 
 

 
 

 
 
 
 

 
 

 
 
 
 

 

 
 

 
 
 
 

 
 

 
 

 
 

 
 
 
 

 
 
 
 

 
 

 

 
 
 

 
 

 
 
 
 

 
 

 
 

 
 
 

 
 
 
 

 
 


     Nessa viagem da mente, que Brad Holland nos convida, quase fiz o meu caminho estético, mas consegui lançar um olhar mais prudente sobre a História da Arte e agarrar-me, cada vez mais, aos princípios formulados pela Old-school...

 
 

terça-feira, 4 de novembro de 2014

MEUS QUADRINHOS NO ARMÁRIO DO TEMPO...
 
    Em 1985, fui convidado por uma editora do Rio de Janeiro para escrever e desenhar a Bíblia em quadrinhos. Foram três anos de trabalho sem computador, pois ainda não havia tecnologia para tal coisa. Tudo era feito na prancheta com nanquim e aquarela. Coisa de dinossauro... Bem, aceitei o trabalho, pois tinha interesse nas Escrituras, mas o que pretendia mesmo era estudar um pouco de desenho e os quadrinhos são uma ótima fonte para isso.
    Trabalhei com muitas limitações, pois estava restrito ao universo religioso e o cliente solicitou-me inclusive evitar o uso dos "balões", preferindo só a narrativa trivial. Fui também orientado a não usar muito movimento nas figuras, fugindo do dinamismo necessário ao gênero. As restrições obedeciam princípios doutrinários em questão, coisa que até hoje não consigo compreender. Mas vá lá, ao trabalho.
    Decidi publicar 40 páginas dessa Bíblia, que me permitiu treinar um pouco o lápis que hoje desprezamos...