quinta-feira, 2 de outubro de 2014

NOS TEMPOS DO PUSH PIN...


    Que tempos mágicos... Quando comecei minha carreira, andei por dois ou três departamentos de arte de empresas de publicidade de pouca expressão, até que me vi, de repente, diante do Titanic... Passara no teste para fazer parte da equipe da Norton Publicidade! Era a agência mais importante do Brasil em termos de criatividade, pelo menos naquela época. A agência ficava numa casa na rua Dezenove de Fevereiro, em Botafogo, no Rio.
    O ano - 1970. Lá, tive o privilégio de conhecer e trabalhar com os nomes mais importantes da criação publicitária: Monserrat, Carlos Estevão (diretor de arte), Antônio Torres (grande escritor - membro da ABL), Kélio Rodrigues, Luiz Duboc, Neil Ferreira, José Bezerra (ilustrador), Ivan Wasth Rodrigues e muitas outras "feras" da criação que fizeram história... Foi um tempo de delírio, um período em que os criativos da mídia ganhavam "ótimos dinheiros" e tinham elevado prestígio social. Então, aprendi muito, pois estava na melhor escola do Brasil.
    Agora, vou falar da cereja do bolo: o Push Pin Studios. Nesse ano de 7o, atingira o seu auge. O Push Pin foi o mais importante estúdio de design e ilustração da história do planeta... Fundado em 1955 (com base no New York graphic-design group), pelos gênios Milton Glaser, Seymour Chwast, Reynold Ruffins e Edward Sorel. Posteriormente, entrou para o time o grande John Alcorn. O savoir-faire do grupo era a nova abordagem estilística, que derrubava o afetado "estilo internacional". O foco estava na melhor safra da tipologia e da ilustração de vanguarda. E todo esse estilo, todo esse clima, inundava o ambiente da Norton! Tínhamos a impressão de estar ao lado de Milton Glaser e cia... Que época, que privilégio e honra. Foi um momento ímpar nos bastidores da propaganda brasileira. Fiz parte desse time e o coração bate forte até o presente.
  Hoje, publicitários não são mais artistas - são publicitários. Alguns que desenham no computador, se fizerem a ponta num lápis, talvez se cortem. Se a luz acabar, não podem mais trabalhar: aquela peça de madeira com alma de grafite foi trocada pelo mouse - um lápis por um ratinho...
    Agora, os mestres.




Glaser com sua famosa marca "I love New York

 Glaser "Bob Dylan" 

Glaser "Jazz Odyssey"
Glaser "Festival"

Glaser "Poppy"

Glaser "Self"

Glaser "Self"

Glaser "Lotus"


Glaser "La peau"

John Alcorn

Alcorn

Alcorn
Alcorn
Alcorn

Alcorn
Alcorn
Alcorn
Alcorn "Self"

Alcorn
Alcorn

Alcorn


O ADEUS DO MESTRE...
   
    
   

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